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quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Como me tornei ateu



Importa que todos conheçam um pouco da minha história com a religião ou relacionamento com Deus para entender o porquê de minha postura um tanto agressiva quando se trata deste tema. Fui criado em lar evangélico e sempre fui forçado a ir à igreja durante a infância, mas aos 11 anos me negava a tal sacrifício, veementemente, até que meus pais desistiram de insistir. Minha pré-adolescência foi marcada por uma série de conflitos existenciais comuns a idade. Mas...

Aos 14 anos, surgiu em mim o que eu pensava ser ‘um vazio existencial’ e procurei uma igreja local para assistir aos cultos e tentar saciar-me daquela ‘sede’ (maldita seja para todo sempre, amém!). Então decidi aceitar a Cristo no dia 05 de maio de 2002. Foi uma noite marcante, não posso esquecê-la! Era um culto fervoroso, estava acontecendo um movimento diferente naquele lugar. Por ter sido criado na igreja, sabia que se tratava do ‘mover do Espírito Santo’, um fenômeno comum nas igrejas pentecostais. Pessoas saltavam, andavam como zumbis, falavam em línguas, etc.

Surpreendentemente, eu fui pego pelo mesmo ‘mover’ poucos minutos após sentar-me na cadeira. Tentava falar em português, mas a língua enrolava involuntariamente. Foi uma sensação muito especial. Encantado com os espetáculos da fé, eu mergulhei fundo no reino divino. Deus ocupava o meu pensar dia após dia. Quando nem me dei conta do que estava acontecendo comigo, em menos de seis meses eu era o que se poderia chamar de ‘beato gospel’!

O fanatismo já havia se apoderado de mim. Era muito legalista (santarrão), por influência das pregações que ouvia na igreja, abandonei antigos amigos e hábitos, inclusive as vestimentas eram outras. Mas não demorou muito para que o paraíso de Deus se tornasse um inferno. Aos poucos os sermões da igreja que variavam entre ênfases sobre a importância das roupas para agradar a Deus e profecias foram causando sérios danos à saúde de minha mente e de meus amigos. Chegou uma época em que não podíamos assistir TV e nem andar com shorts.

Quanto às profecias segue-se o que ouvíamos: - Deus vai matar muita gente nessa cidade! Deus está me dando visões de muitos caixões e sangue! Cuidado com Deus, ele é amor, mas é fogo consumidor! Deus vai te passar no moinho, crente! A mão de Deus vai pesar sobre você! Essas eram as mais brandas palavras do Deus de amor!

As pregações causavam um sentimento de culpa nos jovens e demais fiéis que compreendiam o teor das mensagens. Isso transformou-se em uma terrível depressão que abateu praticamente quase toda a mocidade! Na época eu pensei duas vezes em suicídio, chegando a colocar a faca nos punhos, mas me faltava à coragem (sorte a minha!)...

E assim foi a minha vida por malditos 5 anos nas igrejas: Depressão, auto-repúdio, raros momentos de alívio na alma e muita revolta diante de tanta injustiça cometida pelos sacerdotes! Tentei até mudar de igreja pensando que outro ministério poderia me fazer bem, mas foi trocar 06 por meia-dúzia. No outro ministério a lavagem cerebral era de igual a pior. Fique chocado: os líderes nas igrejas se metem tanto na sua intimidade que até seus desejos sexuais tem que ser confessados aos homens de Deus! Que absurdo, não? Imagino quantas masturbações aqueles tarados não tiveram às custas de minhas confissões!
O meu caso era especial, pois eu aprendi a me odiar na igreja, uma vez que eu era (e ainda sou) gay! Buscava de todas as formas a prometida libertação do ‘demônio da homossexualidade’ ou dos traumas de infância que possivelmente eram a ou uma das causas da minha sexualidade pervertida! (Nem eles têm certeza do que pregam!) Mas, nada mudava aquilo em mim! Frustrado comigo mesmo, com Deus por ser tão omisso e com a igreja por ser tão cruel! Decidi largar tudo para não morrer fisicamente, pois por dentro eu já havia morrido há tempo!

A frustração me possibilitou raciocinar, por que se tem uma coisa que a igreja odeia são livres pensadores! Não é de se surpreender já que eles apenas seguem o exemplo do próprio Deus que odiou a atitude de Adão por ter comido o fruto da árvore do CONHECIMENTO do bem e do mal (Gn 02:17). Não foi a maçã, queridos!(). Não é pra menos que eles odeiam o conhecimento que não seja o bê-á-bá bíblico! Pois a razão liberta qualquer um da escravidão da religião (Jo 08:32).

Bem, me dei a chance de ouvir algo que seria libertador para minha vida e ao mesmo tempo doloroso: Descobri que o Deus a quem eu sacrifiquei 05 anos da minha vida, e por quem eu odiei a mim mesmo, não passava de uma mentira, criação humana! Cheguei à conclusão disso após ler vários artigos ateístas e a falácia da fé não pôde sobreviver aos fatos!

Hoje sou ateu e homossexual assumido! Quero ‘gritar’ pra todos ouvirem que sou muito feliz comigo mesmo! Respeito às leis dos homens, amo a família, tenho meus próprios limites, pois não sou a favor de uma vida desregrada! Porém o terror não faz parte da minha vida, nunca mais! Amém.






Depoimento de Elias, 23 anos, Professor de Inglês, Residente em Felipe Guerra/RN

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Como me tornei ateu



Minha história é muito simples...

Criado católico até final da puberdade até que então eu decidi ler a bíblia inteira e, logo após isso, ler simples livros do ensino médio.

Isso já bastou para mim e, quanto mais aprendo, mais me afasto de qualquer fé e religião.

Sou um dentre muitos ateus que se tornaram ateus por terem lido a bíblia...





Depoimento de Felipe, 20 anos, estudante, morador de Goiânia/GO

sábado, 30 de julho de 2011

Como me tornei ateu



Minha família nunca foi de ir muito a Igreja. Mas fui batizado, fiz comunhão etc.
Depois esfriou esse negocio de Igreja na minha vida. Fiquei muito tempo em um meio termo... Talvez mais para o lado ateu.

Trabalho embarcado na Bacia de Campos em regime de 28x28. O destino me colocou para trabalhar ao lado de um grande amigo de escola, que por sinal, tornou-se cristão e hoje já deve até ser Pastor, pois ele estava estudando muito para isso.

Nos 28 dias que passávamos juntos no trabalho, ele me falou e me explicou muito sobre a bíblia. Era o que me faltava para eu realmente tomar uma posição. Depois de tudo que ouvi, tudo que aprendi com ele, vi que não existe melhor opção, do que ser ateu para mim.

Hoje defendo contra todos a minha posição. E agradeço muito ao meu amigo cristão, por ter me aberto os olhos para a realidade.

Ah.... eu sou casado com uma crista. que me respeita assim como eu respeito ela. Apesar de eu dar umas alfinetadas nela, quando a oportunidade aparece. hehehehe

abraços

Depoimento de Maxwel, 44 anos, Comandante de Embarcações na Bacia de Campos. Casado, pai de dois filhos.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Como me tornei ateia



Bom, não sei ao certo quando e como eu virei atéia. Eu era católica junto com toda minha família. Nunca me importei em saber sobre deus ou sobre minha religião, e só ia para a igreja para comer pipoca na saída.

Para mim descobrir o ateísmo foi como descobrir uma palavra nova. Nunca li sequer uma palavra da bíblia, e das histórias que ouvia... Bom, eu dava risada da maioria.
Aos 13 anos descobri o que é o ateísmo e pensei comigo: 'poxa, olha só, eu sou atéia'.

Me senti mal pois meus pais ficaram chateados com a minha decisão, mas ao mesmo tempo eles não levaram tão a sério devido a pouca idade que tinha.

Hoje procuro não divulgar minha opção. Não tento esconder, mas prefiro não me manifestar em assuntos religiosos, pois nem todos sabem lidar com opiniões diferentes e isso me incomoda e me irrita muito, pois não gosto quando não respeitam minhas decisões, aliás, acho que ninguém gosta.

Me sinto muito bem sendo atéia e não ligo para os preconceitos, mesmo por que grande parte deles vem mais pelo fato de eu ser headbenger (metaleira) e as pessoas automaticamente já intitulam roqueiros como "do diabo".

Vivo minha vida muito intensamente, fui muito bem educada pelos meus pais, tenho responsabilidade, procuro ser sempre gentil e atenciosa com as pessoas, sou querida pelas pessoas a minha volta, tenho um grande amor na minha vida, sou muito feliz e me sinto TOTALMENTE LIVRE!






Depoimento de Lais Garcez, 17 anos, Estudante, São Paulo.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Como me tornei agnóstica








Eu fui evangélica desde os 10 até os 32 anos. Sempre me sentia culpada por nao ler a biblia todo dia, orar, pregar etc. Mas sempre gostei muito de ler e estudar, entao já li a biblia todinha duas ou tres vezes e sempre ficava me questionando as barbaridades, contradições, erros que eu via. Perguntava pros pastores mas nunca me sentia satisfeita, percebia que eles não davam uma resposta séria.

Curiosa, comecei a pesquisar na internet, a ler e a conversar com um amigo ateu físico que conheci. Pronto: daí pra eu sair da igreja foi um passo.

Hoje me sinto mais feliz, mais leve, mais livre, com nenhum sentimento de culpa e com dó de quem ainda se deixa levar por essa enganação.












Depoimento de Geane, 37 anos, Professora de Matemática moradora de Brasília

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Como me tornei Ateu



Oi gente! Eu nasci em uma família católica praticante, por ser nordestino, era devoto de padre Cícero, eu tinha uma estátua com um metro do padre.

Aos 17 anos me tornei crente pela assembléia de deus, onde em pouco tempo conquistei a confiança dos líderes, ali montei uma pequena banda onde era tecladista, por ter uma boa voz, e me expressar bem em público, me deram o cargo de pregador, eles diziam que eu tinha "dom de pregação".

Quando eu estava sobre o púlpito, não tinha igreja fria não, pois eu era um bom ator, e fazia a igreja pegar fogo (como dizem eles).

Porém, eu não acreditava em nada do pregava, pois sempre tive dúvidas, por essas dúvidas, me aprofundei na leitura da bíblia, em poucos anos transformei minhas dúvidas em certezas, certeza da inexistência de um deus criador como eles dizem.

Meu filho se casou com a filha do pastor, com isso os laços de confiança aumentaram, chegando ao ponto do tal pastor me dizer que também não acreditava em tudo que a bíblia diz, mas que aquilo era a profissão dele, portanto tinha que fazer os membros acreditarem.

Fiquei surpreso, chegando em casa, falei pra minha esposa que iria sair da igreja. Foi um espanto só, como pode um crente com nove anos de igreja, tocador e pregador sair da igreja?

Quase todos da igreja vieram em casa pedir e orar pra mim não sair. Em vão.
Vendo que eu não iria voltar atrás, veio o pastor regional tentar me convencer. Em vão.

Resultado: Vendi o som pra eles, sai.

Ai eles achavam que eu ia pra outra igreja, quando disse que não, que agora eu era ateu, foi um escândalo!!! Aquele que pregava a palavra, agora não acredita?!!!
Minha esposa ficou achando que eu iria voltar!kkkkk Após um ano, vendo que eu não voltaria, ela também saio, porém crê em deus.

É isso! Hoje sou livre graças a deus!

Depoimento de José Augusto, 34 anos, técnico em eletrônica, feliz...

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Como me tornei Ateu




A minha

Desde pequeno eu sempre fui cheio de manias, uma delas, que irritava mais todo mundo, era perguntar demais.

Um aluno de minha mãe era dos poucos que me ouvia e falava de Sócrates, Platão, Arquimedes, etc. Esse cara se tornou agnóstico e depois ateu.

Eu fiz até primeira eucaristia, mas sempre fui meio preguiçoso para rezar e ir à missa.

Eu li partes da bíblia em casa, principalmente a parte dos 28 capítulos do início do Novo Testamento, onde ficam as parábolas. Meu avô lia também, quase todo dia alguma passagem. Minha irmã lia pra mim algumas partes. Eu assistia aqueles desenhos bíblicos, as vezes e filmes também.

Acontece que sempre assisti de tudo. E sempre gostei de filmes de terror. Mas, tinha um problema, eu sempre muitas vezes sonho, ainda hoje, com coisas que assisto, então, sonhei muitas vezes indo ao Inferno e voltando, tendo minha alma expulsa do corpo para que o Demônio dominasse meu corpo, como no filme "O exorcista".

Como eu tinha essa dificuldade para dormir, muitas vezes eu tinha que controlar meus sonhos. Acordava várias vezes durante à noite e voltava a dormir tentando pensar em outra coisa. E, as vezes, enfrentava as coisas que me faziam tremer de medo, como leões, bois e o próprio Demônio.

Entre meus 15 e 16 anos, no 1° ano do ensino médio, eu ouvi o termo demônios, numa aula de História ou de Geografia. Eu sabia que cracia significava governo, e, portanto, democracia significava, ao pé da letra, governo dos demônios, mas demônios eram um povo que era a plebe de Roma.

Logo, eu pensei: - Será que Demônio vem de demônios? Como eu posso provar isso se for verdade.

Então eu vi, numa aula de História as classes sociais, a luta de classes de Karl Marx.
Depois fiquei sabendo que Inferno significa inferé; embaixo. Eu sabia que no centro da Terra havia Larva, pelo que assistia em documentários na T.V.

Daí, a palavra Lúcifer deveria significar luz inferior (lux-inferé). Mas como assim "luz inferior" se uma porção de luz não vale mais que a outra?

Lucifer, então, é um nome pejorativo. E, se já nasceu com esse nome é por que estava fadado a falhar, como se Deus quisesse que ele fosse mau. Mas, por que Deus queria que ele fosse mau? A resposta seria simples: por que eram a mesma pessoa, logo Deus não existia, muito menos o Demônio.

Daí, eu tive um sonho em que matava Deus, e, em seguida dizia ao Demônio: _Deus não existe, logo, o Demônio não existe!

Daí, eu o matava com uma espada muito grande e ele desaparecia para nunca mais aparecer nos meus sonhos. Mesmo assim, eu fiquei na dúvida, se Deus existir, o Demônio existe, e eu vou para o Inferno por isso.

Eu pensei, então, na Igreja como o próprio Céu e a classe alta: aquilo que sempre queremos mas não podemos ter.

No purgatório como a classe média e o proletariado, trabalhando para sustentar o Céu por que queria ir pra lá, mas estava mais próximo de cair no Inferno.

No Inferno como a sarjeta e as prisões: um lugar tão ruim que queremos subir de nível a qualquer preço.

Eu pensei se o Demônio existe para que temamos é por que isso aumenta o poder de Deus, de modo contrário ele jamais permitiria se é bom.

Se ele é bom, por que criou o Demônio? Como o mau surgiu se Lúcifer era o anjo mais belo de todos? E se Deus está em todos os lugares, por que viria à Terra visitar Adão?

Se Deus está no meio de nós, em todo lugar, como se diz, ele é todo lugar, logo, eu também sou Deus, o Demônio é Deus, o próprio Universo é Deus.

Portanto, se Deus existe ele é o próprio Universo (nessa época eu só escrevia universo com u maiúsculo, mas acho que ninguém percebeu, também nunca falei disso) e tudo estaria correndo em suas veias.

Acreditei por um tempo que o Universo era um ser vivo e que estaríamos dentro dele. Era a única forma de existir Deus sem que existisse o Demônio. Eu tinha ouvido o termo agnóstico, mas ainda não ateu e muito menos deísta. Nem sei se acreditar num Universo-Deus tem um nome, mas eu acreditei nisso, e calei muitos com essa idéia.

Uma professora me perguntou se eu era ateu uma vez que falei: _Porra de missa!

Eu disse que era na frente da sala toda, mas, depois disse que não era e que falei aquilo pra ela não esticar a conversa. Contudo, voltei a disser que era ateu, mesmo sem muita certeza se era ou não.

Até que vi, já no cursinho, a história de um homem chamado constantino. Li numa revista de História que São Jorge nunca existira e isso me fez ter certeza de que eu estava pensando correto.

Assim como o santo responsável pelo sucesso do cristianismo nunca existiu, Cristo também poderia ser uma fachada e o Demônio uma arma para fazer lavagem-cerebral no povo.

Eu havia sofrido uma lavagem-cerebral, estava no momento da contra-lavagem-cerebral que eu faria em mim mesmo. Daí, eu procurei ler mais sobre coisas do cérebro e me interessar por neurociência.

Na faculdade de Administração eu vi Psicologia.

Me interessei mais ainda pela mente. Na época do cursinho eu tinha assistido a uma palestra de para-psicologia, mas como antes eu tinha lido "Carrie" e me disseram que era ficção e eu vi depois que era mesmo, não acreditei no padre-parapsicólogo.

Depois eu li uma biografia de Darwin, "Por que Freude errou", de Richard Webster, "O erro de Descartes", de António Damásio e um simpósio sobre Nietzsche e Deleuze, da UECE (Faculdade Estadual do Ceará), onde Nietzsche falava de onde surgia Cristo (Zoroastro, Dionísio e Hórus).

Eu li sobre esses deuses na internet, pra saber quem eram. Zoroastro eu vi na faculdade de História, quando larguei a Administração. Eu conheci também a comunidade "Ateísmo e Anticristianismo", não lembro como, mas até participei de um debate acirrado de um tópico que acabou por ser apagado sobre Adolf Hitler ser ateu (em outras comunidades, acontecia o mesmo). Na época eu vi na T.V. que Constantino era ateu e defendi isso, hoje, vejo que não; eu estava errado, ele era seguidor das religiões ditas "pagãs".

Descobri depois que o termo pagão, vem de Pagü (Pagui), que significa vilão, que, por sua vez é o mesmo que camponês.

Entendi que as palavras trocam de sentido durante os períodos históricos. Descobri que os símbolos também, e que a cruz do cristianismo é o Antú egípcio. Daí, eu li sofre Amenóphes IV, um cara que destruiu os escritos originais sobre muitos deuses e criou, a partir de cerca de 700, a trilogia Hórus-Ísis-Osíris ( a Santíssima triandade: Pai, Filho e Espírito Santo).

Assisti a uns episódios na tv sobre Krisnha (um nome que seria o meu se eu fosse mulher, disse minha mãe. Entretanto, é um nome masculino) Entendi o que é um avatar e, muito provavelmente é daí que vem o termo Cristo, o avatar do cristianismo.

Sem falar que vi a série "Os bárbaoros" (Terry Jones), que falava dos celtas. Nisso, fui pesquisar e achei Sigurd (ou Siegrefield), simplesmente o personagem em quem foi inspirado São Jorge.

Com cada leitura, estou mais ateu a cada dia

Depoimento de ATEU POETA - 25 anos

Professor de História
Criador do Jornal Delfos
Sócio-Efetivo e criador da SEMPRE
Criador do projeto de Lei que deu origem ao 1° Arquivo Público do Interior do Nordeste na cidade de Pacoti-CE
Sócio do Instituto Desenvolver
2° e 4° lugares, consecutivamente, no 1° e 2° concursos de poesia da comunidade "Vamos Escrever um livro?", respectivamente, em 2009 e 2010
Criador do projeto da exposição histórica PACOTY: UMA HISTÓRIA EM DOCUMENTOS, aprovado pelo Banco do Nordeste em 2010

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Como me tornei agnóstico

Minha história começa assim:

Quando eu era criança eu tinha uma base católica, minha mãe e meu pai sempre mim levava para a missa, me colocou para fazer eucaristia etc., só que de uns 6 anos pra cá, eu comecei primeiramente de tudo a questionar vida em outro planeta, comecei a fazer pesquisas, ouvir relatos de pessoas que afirmam que já viu um OVNI etc. Foi quando eu parei para pensar se os extraterrestres existem mesmo será que foi deus que os criou ai foi a primeira dúvida. Depois disso nas aulas de ensino religioso a minha professora falou o seguinte:

- Gente para vocês saberem que deus existe é só parar de respirar por algum tempo, ai vocês vão sentir falta de ar, ai você vai que deus existe pois ele é o ar que respiramos (UM ABSURDO MAIS ACONTECEU ISSO MESMO).

Depois disso que ela falou ai que comecei questionar a fundo mesmo sobre deus etc. foi uns 4 anos que me dediquei a estudar ocultismo, ciências da religião e etc. e formei a minha ideologia que consiste que a razão é limitada, e que ela não pode penetrar no reino do sobrenatural, e que o assunto deus nunca será explicado e nem resolvido, e se por acaso me provarem que ele existe algum dia que é impossível eu não terei FÉ pelo mesmo.

Hoje em dia sofro muito em casa, meus pais ficam me xingando de demônio, satanás etc., por eu ser agnóstico e gostar de metal, mas eu nem dou importância, pois sei que esses mesmos cristãos que me criticam são na verdade uns pseudo-cristão que não obedece nem as suas próprias crenças e regras. Essa é a minha história.


Depoimento de: Marcos Vinicius, 18 anos, morador da Cidade de Montes Claros/MG, membro da comunidade Ateus e Agnósticos Unidos

terça-feira, 7 de junho de 2011

Como me tornei ateia







Não costumo fazer vídeo por puro preconceito, mas resolvi revelar de uma forma que considero mais fácil de como me tornei ateia.



É uma pergunta que, a princípio parece ser simples de ser respondida justamente pela racionalidade de compreender o que parece ser tão natural, mas, mesmo até chegar ao ateísmo, o processo pelo qual passei foi demasiadamente interessante, haja vista a curiosidade que em mim sempre aguçou pelas coisas inexplicáveis.




Posso garantir que esse processo não seu deu de forma tão rápida e tão natural assim, pois, primeiro foi dogmatizada em uma religião, fui ensinada desde pequena a temer e obedecer ao desconhecido, a clamar e acreditar num ente que, aparentemente era bondoso, porém vingativo ao mesmo tempo.


Inicialmente, puseram-me para cumprir o ritual comum a grande maioria das famílias, ou seja, frequentar a igreja católica e participar do catecismo. Como sempre fui questionadora, aos 7 anos, já me sentia incomodada em ouvir um padre que sempre narrava a nova das oito com todos os seus detalhes. Por sorte, sempre tive uma mãe altamente compreensiva e que, sobretudo, apoiava-me em minhas decisões, mesmo criança, ela acreditava que deveria me dar total liberdade em minhas escolhas. Em vista disso, desisti do catecismo.



Busquei deus então, numa igreja evangélica, mais precisamente na Igreja Metodista, a qual durante certo tempo tive algumas alegrias, pois fazia inúmeras atividades criativas, como, cantar em coral, ajudar os mais necessitados, participar de gincanas, etc., mas, não demorou muito e algo começou a me incomodar. As pregações dos pastores me deixavam inquieta e os ensinamentos da bíblia me aborreciam, pois não conseguia entender nada. Nessa época, inclusive, foi quando conheci verdadeiramente a bíblia, ou seja, estudávamos todos os dias.




Isso, por volta dos 11 anos, eu já não suportava a pressão e, tinha grandes dificuldades em orar, rezar, falar com deus, qualquer coisa que o valha, sendo assim, elaborei um pequeno questionário com mais ou menos 50 perguntas e pedi uma audiência com o pastor para que o mesmo pudesse esclarecer minhas dúvidas. Para minha surpresa, ele aceitou o desafio, mas não conseguia responder nada e mandou chamar minha mãe dizendo que eu tinha algum problema psicológico e que ela deveria me conduzir algum especialista para resolvesse meu “problema”. Que problema? Eu apenas fiz algumas perguntas.


Nessa época, embora eu participasse da igreja evangélica, minha mãe, opostamente, fazia parte da umbanda. Em vista disso, ao invés dela me levar ao psicólogo, ela me levou ao centro de umbanda. Acho que foi mais ou menos nessa ocasião que percebi que adorava a psicologia, pois ao mesmo tempo em que eu devorava livros de religião eu lia várias obras dessa ciência que estuda comportamentos.



De toda sorte, fui encaminhada para o centro de umbanda, onde permaneci por muito tempo, mas me sentia inquieta novamente, pois as manifestações das pessoas com “entidades” me faziam rir, e eu me esforçava para não ter acessos de gargalhadas.



Por outro lado, em meu dia-a-dia, sempre brigava, questionava a todos que conhecia sobre deus e todas as coisas que eu lia em livros e que me diziam para acreditar. Não conseguia aceitar o que era me imposto. Na maioria das vezes, sentia-me um peixe fora d’água, sempre uma estranha no meio da multidão. Não conhecia o ateísmo, nem tampouco pessoas que questionavam sobre deus.



Depois de muitos anos na umbanda, resolvi abandonar também, passei anos sem religião, e a cada dia, esforçava-me para acreditar em deus, em agradecer, mas sempre me sentia desconfortável, angustiada, triste, nunca conseguia rezar, não conseguia conversar com deus, a não ser que fosse para xingar, ou seja, a aflição me consumia a todo tempo. Vivia com um peso em meu coração, como se estivesse carregando um saco de tijolos bem pesados nas minhas costas. Eu tinha que me livrar disso, mas não sabia como.



Após muitos anos, resolvi tentar mais uma vez a igreja evangélica, novamente por influência de minha mãe que, a essa altura, já havia abandonada o espiritismo e ingressado na Igreja Universal. No começo, confesso que eu ia somente porque não tinha nada o que fazer, mas, continuava me segurando para não rir com esse novo teatro que agora eu fazia parte. Depois de algum tempo, passei a frequentar mais para conversar com um pastor em particular, já que o mesmo se configurava num homem altamente atraente.



Pois bem, mais ou menos nessa época eu já arriscava a dizer perto de minha mãe que achava que deus não existia, que não havia alma, diabo, ou qualquer coisa parecida. Naturalmente, minha mãe ficou perplexa, mas, acabou entendendo, pois ela mesma também não aceitava muitos dogmas e regras que lhe eram impostos.



A essa altura eu já conhecia o ateísmo, mas ainda tinha receio de abandonar tudo àquilo que eu tentava acreditar temendo ser castigada pelo divino.



A certeza e a vontade de abandonar essa minha falsa fé, pois na verdade, sabia que nunca tinha conseguido ter fé de verdade, se deu numa conversa que eu tive com o pastor já mencionado. Eu o indaguei buscando entender o porquê de eu ser uma pessoa boa, cumpridora dos meus deveres, ser ética, ter moral, ter respeito pelas pessoas, ser solidária e, mesmo assim, coisas ruins aconteciam comigo. Ele com uma calma extraordinária me disse que isso não tinha importância para deus, que ser ético, responsável, ter moral, respeito, ser solidário, não significava nada para deus, mas sim a submissão que deveria ter a ele, especialmente desfazendo-me dos meus bens para ajudar a “obra” dele.



Acrescentou ainda afirmando que eu poderia matar, roubar e fazer qualquer tipo de atrocidade, mas se eu me arrependesse e fosse submissa a deus eu teria suas bênçãos. Eu fiquei boquiaberta com tal alegação. Aquilo se desfazia como vento em minhas ideias, já que eu achava que meus princípios eram baseados nos ensinamentos de deus.



Nesse momento disse claramente ao pastor que se nada disso tinha valor, então a partir daquele momento eu não acreditaria mais em deus, já que para mim, isso tinha valor. E foi nessa ocasião que entrei de cabeça no ateísmo, buscando ler, conhecer mais, aprofundar-me em ciências, em outras áreas que pudessem me trazer um pouco mais de paz.



A partir daí encontrei a paz desejada. Foi assim que consegui me livrar de toda angústia que vivia, de toda aflição, de todo medo de um ser em que eu me esforçava a acreditar. O engraçado é que quando disse a minha mãe que tinha me tornado ateia, ela não estranhou, no fundo, ela sabia que eu sempre tinha sido.



Por certo, o alívio que senti e sinto por não acreditar na existência de deus e de tudo que o cerca foi demasiadamente expressivo. Obtive uma tranquilidade, uma paz, uma coragem maior para enfrentar meus problemas diários, enfim, passei a ter uma visão mais ampla e mais serena da vida como um todo.



Portanto, é possível que eu tenha demorado mais tempo do que outras pessoas para me tornar ateia, mas posso assegurar que o processo pelo qual passei até chegar ao ateísmo foi extremamente gratificante e, especialmente quando se obtém êxito de uma busca que não parecia ter fim.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

INFÂNCIA MARGINALIZADA NUMA PERSPECTIVA EDUCACIONAL



Tendo como primazia a infância e a juventude, e sendo este fator estabelecido no Estatuto da Criança e do Adolescente, esta deverá ser vista reconhecidamente e disseminada como um elemento essencial para o desenvolvimento do ser humano, procurando compreender que para se ter adultos inseridos num contexto social, deve-se atentar para essas crianças que estão nas ruas, sendo usadas para a marginalidade como o tráfico de drogas, prostituição, entre outros, inserindo-as numa perspectiva educacional, com a obtenção da retirada dessas crianças neste meio tão devastador.

O tema criança marginalizada, embora ser de conhecimento de todos, ainda há o processo histórico de identificação das demandas sociais, e em vista disso, não raramente, tem levado a opinião pública a proceder a equivocada transferência do problema ao público-alvo das ações, rotulando e estigmatizando os segmentos atendidos, dando expressão a noções que integram as clássicas matrizes do controle e acomodação social.

Deste modo, o papel das políticas públicas, seja na formulação dos problemas, seja na implementação de ações, deverá ser bastante significativo.
A criança brasileira tem direitos constitucionalmente assegurados, mas, na prática, ainda falta muito para que a cidadania infanto-juvenil seja respeitada. Criança é credora de proteção integral em razão de sua condição de pessoa em desenvolvimento e necessitar de prioridade, de proteção e socorro, no atendimento dos serviços públicos ou de relevância pública, na preferência na formulação e execução das políticas sociais públicas e destinação privilegiada de recursos públicos.

O perfil social da população infanto-juvenil que vive nas ruas, aponta na direção de miséria e desemprego, além do comprometimento com drogas e exploração de toda a natureza. Crianças são alugadas por adultos para serem usadas para mendigar, adolescentes são usados por traficantes para vender drogas, crianças são usadas por receptadores para furtar toca-fitas e carteiras de passantes, adolescentes são exploradas por rufiões para vender seu corpo na prostituição infanto-juvenil, crianças são negligenciadas por seus pais que permitem que passem fome e necessidades, e negam o acesso à instrução primária, expondo os filhos a perigo direto e iminente.

Todas as situações legais descritas posicionam crianças e adolescentes como vítimas da ação violenta, cruel e covarde de adultos, entretanto, a opinião pública é levada a olhar para essas vítimas como agentes de violência. Alguns querem vê-las presas e há quem proponha que sejam segregadas antes mesmo da previsão legal de responsabilidade sócio-educativa a partir do 12 anos, e apregoam a construção para conter esses “perigosos” agentes que ousam reagir a tanta violência e opressão.

Por outro lado, há quem se preocupe em promover outro tipo de resolução para esses problemas sociais, como por exemplo, a inserção dessas crianças na educação. É sabido, não ser fácil tirar essas crianças e adolescentes da marginalidade, pois, muitas delas entram neste meio, por diversos motivos, o principal é a pobreza.

Elas vêem o tráfico de drogas como um agente facilitador de obter dinheiro, e muitas vezes são forçados pelos pais a entrarem neste ambiente para ajudar nas despesas da casa, sendo em alguns casos a única alternativa que a maioria dos jovens encontram para sobreviverem.

Efetivamente, o envolvimento de crianças no tráfico de drogas é apenas o sintoma de um problema muito maior, de exclusão social. Contudo, se esse problema não for tratado de forma articulada, é praticamente impossível mudar a situação. Hoje em dia, o que a sociedade está negando a esses jovens infelizmente é oferecido pelo tráfico de drogas.

Neste contexto, a questão da infância e da adolescência desamparadas, acrescentam-se o ingresso precoce no mundo do trabalho, e com a conseqüência do aumento da pobreza entre as famílias residentes nos centros urbanos, acabou por contribuir para que esse fenômeno aumentasse.

Identifica-se ainda uma série fatores, que levam as crianças e aos adolescentes a entrarem neste mundo da marginalidade. A questão da pobreza, obviamente, e a exclusão social desses jovens, a quem falta perspectiva de futuro.

Essa é a realidade no país atual. O problema é que está cada vez mais difícil adentrar neste mundo tão particular, para ter acesso a esses jovens e procurar inseri-los numa educação adequada, procurando dar-lhes um pouco de perspectiva e dignidade e, colocá-los num contexto social.

Doravante as crianças e adolescentes encontradas nas ruas devem ser encaminhadas aos Conselhos Tutelares para que recebam as medidas de proteção previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente. Adultos, se familiares, devem receber igual socorro social, se não forem familiares terão que responder perante a autoridade policial por essa guarda ilegal.

Constata-se desta forma um quadro dramático, onde é preciso providências urgentes da família, do poder público e da sociedade no sentido de assumir as responsabilidades e sair em defesa do futuro dessas crianças, tal qual o ar que se respira e a água que se bebe, se não cuidar das crianças do país, protegendo-as de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão dificilmente essas mesmas crianças que vivem na marginalidade conseguirão sobreviver por um longo tempo.

Entretanto, espera-se que o Juizado da Infância e da Juventude se posicione e também possa contar com a sensibilidade de toda a população pretendendo cumprir o seu papel de zelar pelo efetivo respeito aos direitos e garantias legais assegurados às crianças e adolescentes.

No entanto, os investimentos de educação básica, indiscutivelmente de grande importância, não têm se mostrado suficientes diante da atual situação agravante no que tange a infância marginalizada do país.

Em face de esta situação, é necessário destacar no que diz respeito ao fato de que ainda é um objetivo proclamado a defesa do direito de todas as crianças à educação infantil, sendo notório infelizmente que são poucas as crianças que tem esse acesso à educação e a uma qualidade de vida mais digna.

Necessário também, é a disponibilidade de alguns educadores de irem até essas crianças, com o intuito de resgatá-las do meio da marginalidade, e inserindo-as numa perspectiva de educação mais abrangente, promovendo uma interação do adulto com a criança, e dando-lhe oportunidades a viverem numa sociedade mais justa e qualitativa.

Ora, o homem não é um ser passivo. Por isso, perante uma determinada situação, cada um reage de acordo com sua escala de valores e os valores intelectuais deveriam ser maiores do que os econômicos, ou seja, onde for, será necessário dar ênfase aos valores intelectuais, a importância da pessoa humana e o direito de todos participarem igualmente dos progressos da humanidade.

Assim, o papel do educador, bem como, da sociedade em geral, deverá abranger toda uma realidade em que vive as crianças e os adolescentes. Além disso, cabe a estes, além de motivar, de encontrar métodos e técnicas de ensino que despertem a curiosidade dos mesmos, ter incumbência de propiciar meios e formas de possibilitar o acesso à educação, dessas crianças que vivem na rua sendo marginalizadas e tendo acesso a drogas e a armas, e, sobretudo, que a sociedade tenham responsabilidade de reverter essa situação.

Assim, a infância marginalizada é efeito de diversos problemas existente na sociedade atual. Se não tratar desses problemas, tais como, exclusão social, perspectivas para jovens, marginalização de várias áreas na cidade, geograficamente, economicamente e socialmente, pobreza e exclusão, a situação tende a agravar-se cada vez mais.

Sabe-se, contudo, que é por meio da educação que a criança e ao adolescente se interage com o mundo, cria expectativas, desenvolve-se qualitativamente, e especialmente, adquire condições de se preparar para uma vida profissional, melhorando sua qualidade de vida.

Um dos desafios da sociedade para a prática cotidiana desse resgate, é assumir as especificidades do problema maior que é a pobreza no país, devendo rever as concepções existentes no trato com essa infância marginalizada existente, e adquirindo a consciência da necessidade de promover a integração dessas crianças e adolescentes com a sociedade, inserindo-as num contexto social.

Em verdade, esse resgate é um processo em construção, mas esse processo não deverá somente atingir à infância marginalizada, mas também a visão da sociedade deve ser mudada, quando muitos conceituam ainda que essas crianças que vivem nas ruas, somente como marginais e não vêem possibilidades de inseri-las em uma educação.

Nessa perspectiva, nota-se o descontentamento ante a política educacional a ante como a maneira como vem sendo implantada à reforma educacional no país, tanto nos aspectos gerais como nos especificamente relacionados com a educação infantil.

Portanto, a esperança que se tem é que os educadores comprometidos com a defesa da educação e dos direitos das crianças à educação infantil, continuem a organizar e proporcionar espaços e situações de aprendizagem que articulem os recursos e capacidades afetivas, emocionais, sociais e cognitivas de cada criança e adolescente, aos seus conhecimentos preliminar e aos conteúdos referentes aos diferentes campos do conhecimento humano.

Galeria Ateia




























quarta-feira, 13 de abril de 2011

Uma homenagem a todos da Comunidade Ateus e Agnósticos Unidos

Bernardo Lopes, mais conhecido como Be, moderador da comunidade Ateus e Agnósticos Unidos, fez um vídeo prestigiando-nos com extremo bom senso, qualidade e bom gosto. Parabéns Be.

terça-feira, 12 de abril de 2011

POR ONDE ANDAM NOSSOS PAIS?



A pergunta parece meramente uma ausência de retórica baseada num subjetivismo incoerente. Mas não é. A pergunta se caracteriza justamente pelo sistema educacional caótico que nos encontramos atualmente.


Sabemos que por conta da tecnologia e da globalização, o mundo ficou mais rápido nas informações, praticamente tudo ficou acessível de forma instantânea e, muitas vezes sem precisão, sem retidão.


Não vamos, porém, colocar culpa da ausência dos pais na educação dos filhos somente na tecnologia, na era da informação. Acho que a culpa é dos próprios e, está na hora dos mesmos reconhecerem isso e tomarem providências, afinal, estamos a cada dia perdendo nossos filhos.


Evidentemente que, a perplexidade que exponho aqui não atinge uma totalidade, mas uma maioria consistente, onde se percebe a falta de incumbência em assumir a responsabilidade de educar seus filhos. Tornou-se mais fácil delegar essa tarefa para a escola, a internet, aos amigos e a própria vida.


Não é bem assim. Está na hora de puxarmos a “orelha” dos pais, colocá-los de castigo, chamá-los atenção, reclamar mesmo. Cadê vocês? Onde vocês estão que não têm mais tempo para seus filhos? Por que não brincam mais, não contam histórias, não conversam, não sentam para almoçar, ver TV, ouvir música, desenhar, sair juntos, estudarem juntos, saber como foi na escola, saber se estão apaixonados, quem são os amigos, ou construir alguma coisa?


Percebam que esse descaso exacerbado está transformando nossas crianças em adultos reprimidos, com baixa auto-estima, sem auto-confiança, agressivos, violentos, usuários de drogas e, sobretudo, em seres humanos que não respeitam o próximo, que não dão o devido valor a vida humana.


Pais acordem. É preciso que haja rapidamente uma mudança de comportamento visando recuperar nossos jovens. Não precisa de muito. Não é a quantidade e sim a qualidade. Um pequeno tempo dos seus dias, com gestos de carinho, atenção e, principalmente diálogos ajudarão muito a construir a personalidade de um adulto com princípios baseados em ética, moralidade, respeito e cidadania.


Toda essa minha constatação é proveniente de uma observação sistemática sobre a atualidade, e, especialmente por ver constantemente jovens da idade de meu filho (15 anos), gritando por socorro, pedindo atenção, pedindo auxílio, querendo limites, carinho e proteção. Função essa que, outrora sempre foi de competência dos pais.


Por que não estão mais cumprindo seus deveres?

BULLYING: UM PROBLEMA DE ORDEM SOCIAL




Atualmente, a sociedade têm tido um descaso imenso com um problema que vem crescendo e se agravando a cada dia que passa: o bullying.



Infelizmente, poucas pessoas têm dado a devida importância a essa problemática que está agredindo psicologicamente nossos jovens, além da possibilidade de criarmos verdadeiros monstros ou pessoas anti-sociais, reprimidas, sem autoconfiança, despreparadas, desequilibradas.



A princípio, pareceu ser apenas uma brincadeira de criança, uma “zoação”, brincadeiras inocentes. Mas, o fato é que a realidade tem nos mostrado que não é somente isso.



A formação de uma criança e de um adolescente não se dá somente no processo físico, com as mudanças corporais, a entrada na puberdade, o descobrimento da sexualidade e a autonomia de fazer coisas sozinhos. Vai muito, além disso.



Nesse período, ou seja, desde 5 anos de idade até pelo menos 18 anos, o ser humano está em plena formação, ou seja, total, englobando seus aspectos físicos, psicológicos, emocionais e racionais.



Pois bem, se o jovem atravessa essa fase sem apoio, compreensão, atenção, diálogo dos pais, esse processo se torna bem mais difícil. E para complicar, esse mesmo jovem se desloca para uma instituição educacional e ainda sofre todo tipo de humilhação, segregação, preconceito, discriminação, em outras palavras, ele se sente a pior das “criaturas”.



E pode-se classificar nessas humilhações todo tipo de comportamento, desde ele ser negro, gordo, magro, religioso, ateu, alguma deficiência física, um dedo diferente, um nariz um pouco maior e, assim por diante.



Com o passar do tempo, esse mesmo jovem, opta claramente por dois caminhos: ou ele se retrai cada vez mais, ou se torna agressivo. E ambos os caminhos são prejudiciais. Nessa situação tão pouco cuidada, pergunto: o que os pais andam fazendo? O que os educadores andam fazendo? A resposta é simples: nada.



O que vem ocorrendo, hoje em dia é que os pais estão sempre estressados, ocupados, sem tempo e, estão delegando sua tarefa de educar para a escola, a qual, por sua vez, não tem conseguido cumprir tal tarefa, já que, mal consegue cumprir uma grade curricular.



Os filhos de pais de uma classe média ou alta disponibilizam para seus filhos mordomia, luxo, bens materiais. É um método muito utilizado para manter suas crianças quietas. Os de classe baixa, não têm tempo mesmo de cuidar de suas crianças e acreditam que a própria vida ensina.



A escola se vê numa situação de total conflito, pois além de preparar os jovens para uma profissão, para uma vida acadêmica, ainda se encontra numa situação de ter que ensinar bons modos, ética, princípios, educação básica, respeito, cidadania, etc.



O que se tem produzido de tudo isso? Um caos total. Ninguém tem cumprido o seu papel e, a cada dia vemos mais jovens com problemas psicológicos, cometendo suicídios, adolescentes grávidas, retraídos, sem a devida confiança para enfrentar os problemas do dia-a-dia, agressivos, violentos, mal-educados, desrespeitando os mais velhos, outras crianças e assim por diante.



Diante de tais fatos assustadores, é premente que haja uma mudança drástica na educação de nossas crianças, pais, professores, enfim, a sociedade como um todo, necessita rever seus velhos hábitos, assim como estabelecer novas formas de conduta, especialmente na educação de nossos filhos.

Religião é muito... mas muuuuito caro

Contribuição do Moderador da Comunidade Ateus e Agnósticos Unidos à campanha da UNA

segunda-feira, 14 de março de 2011

Quem Sonha é o Cérebro ou a "Mente"?


Fornecendo uma síntese explicação a respeito dos sonhos

Segundo Jacob Levy Moreno, não se deve fazer apologia do homem sonhador, na verdade, a força da revelação do imaginário assenta-se na própria unidade de sentido que forma com a realidade percebida.

Embora eu não seja freudiana, sou adepta de algumas de suas teorias, embora muitas delas foram bem desenvolvidas muito tempo depois.

Gosto mais da adaptação feita de Jung, onde o mesmo afirma que os conteúdos do inconsciente se reduzem às tendências infantis reprimidas, devido à incompatibilidade de seu caráter.

Na verdade, para Jung, o inconsciente contém apenas as partes da personalidade que poderiam ser conscientes se a educação não as tivesse reprimido.

Além disso, o inconsciente possui um outro aspecto, incluindo não somente conteúdos reprimidos, mas todo o material psíquico que subjaz ao limiar da consciência.

É impossível explicar pelo princípio da representação a natureza subliminal de todo este material; caso contrário, a remoção das repressões proporcionaria ao indivíduo uma memória fenomenal, à qual nada escaparia.

Sou adepta da teoria de Jung, onde o mesmo considera que os sonhos contêm imagines e associações de pensamentos não criamos através da intenção consciente. Eles aparecem de modo espontâneo, sem nossa intervenção, e revelam uma atividade psíquica alheia à nossa vontade arbitrária. Portanto, o sonho é um produto natural e altamente objetivo da psique, do qual podemos esperar indicações, ou pelo menos pistas de certas tendências básicas do processo psíquico.

Este último, como qualquer outro processo vital, não consiste numa simples sequência causal, sendo, também, um processo de orientação teleológica. Deste modo, pode-se esperar que os sonhos nos forneçam certos indícios sobre a causalidade objetiva e sobre as tendências objetivas, pois são verdadeiros auto-retratos do processo psíquico em curso.

Simone Santos

15/03/2011

Que é fé e quem é o fiel? Qual a diferença entre o fiel e o filósofo?

Que é a fé e quem é o fiel? Qual a diferença entre o fiel e o filósofo?


Autor: SILVA, Jeane. Que é a fé e quem é o fiel? Qual a diferença entre o fiel e o filósofo? Publicado 17/06/2010 em http://www.webartigos.com/


APRESENTAÇÃO


Baruch de Espinosa, filósofo judeu, lança aos seus leitores um desafio: reler as Escrituras numa perspectiva filosófica, para, reinterpretando-as, propor uma análise ao modo moderno, ou seja, uma análise pelas causas; seguindo, assim, a proposta mecanicista daquela época que visava à explicação do funcionamento das coisas através da razão e não da superstição. Tal coisa desperta um profundo repúdio dos teólogos, que nutriam um preconceito contra a filosofia, acusando-a de impiedade. Nos escritos de Espinosa não há negação da existência de Deus, ou seja, ele não afirma o ateísmo, tão pouco o defende. O que há é a idéia de um Deus conhecido pela razão e percebido através de sua theofania na natureza, que só é passível de ser compreendida pelo homem no uso de sua racionalidade. A questão que aqui se estabelecerá diz respeito a um aspecto crucial em todas as religiões, a fé. No capitulo XIV de denominado: “O que é fé, quem e fiel, quais os fundamentos da fé e como se distingue da filosofia” do Tratado Teológico Político Espinosa se propõe a tratar, num primeiro momento, das definições de filosofia e, principalmente, a de fé realizando uma análise conceitual destes itens. Seu intuito é, desta forma, verificar em que estes conceitos se distinguem e se, de algum modo, se relacionam. Além do Tratado Teológico Político, observaremos a Bíblia no escopo de delimitar a fé segundo o referencial que a fundamenta. Uma vez que já foi demonstrado no capítulo XIII do texto referido que a obediência é a lição que a Escritura quer que os homens aprendam, pois não importa que sejam sábios, mas apenas obedientes, nota-se que ela se dá pela caridade. Poderemos perceber como o argumento que defende a obediência como o propósito da Escritura se transcreve em fé que, por sua vez, se mostra nas obras caridosas donde se pode reconhecer quem é o fiel e quem é o infiel. Com efeito, este artigo se deterá em analisar somente o texto citado, buscando nas referências bíblicas a fundamentação de suas teses, tal como o próprio Espinosa faz para justificar seus escritos. Não se pretende com isso deter os ataques que a teoria espinosana sofreu, mas apenas expor como este filósofo desenvolveu sua argumentação a respeito da fé, dos seus dogmas e atributos.


QUE É A FÉ E QUEM É O FIEL? QUAL A DIFERENÇA ENTRE O FIEL E O FILÓSOFO?


A Escritura é acessível para todo o povo judeu e não é necessário ter uma mente privilegiada para poder compreendê-la, visto que ela não está presa a compreensão e interpretação apenas dos profetas. Por estar acessível a toda mente, ela cai na sorte de toda e qualquer interpretação, inclusive do vulgo, que julga ser a sua compreensão a mais acertada e condizente da doutrina divina. É por causa das diversas e inúmeras interpretações que existem várias explicações para a Escritura, que é uma só. Mesmo os grupos religiosos a interpretam e a explicam do seu modo, isto é, como melhor lhes convêm. Outro fator que pode agravar, e sem dúvida agrava, a dessemelhança de interpretação é que o texto sagrado foi escrito por várias mãos, cada uma com um propósito pra seu tempo e se, antigamente, a Escritura era seguida a partir da compreensão do vulgo hoje ela é adaptada pela sua opinião. O ataque de Espinosa se foca na perseguição que as religiões fazem umas as outras, isto é, nas diferentes interpretações da Escritura. Não parece importar as obras dos fiéis de cada grupo, mas apenas se seguem a interpretação que sugerida, praticando assim apostasia; esta perseguição, por causa da desproporção da compreensão de cada grupo, é prejudicial ao Estado por ser a centelha de muitos conflitos. Desse modo o questionamento de Espinosa e fonte motora deste artigo é, se diante das diferentes interpretações acerca dos textos sagrados, e das “auto-nomeações” de cada grupo que se intitulam (assim como os hebreus se intitulam “escolhidos”) fiéis, como se poderia definir a fé e o fiel? Para Espinosa a fé, e por decorrência o fiel, se configuram em atos. Admitindo que tanto no Antigo quanto no Novo testamentos as Escrituras são lições de obediência, ele diferencia em que termos a obediência se dá em cada parte dessa divisão das Escrituras. No Antigo Testamento, quando os líderes e reis precisavam manter o povo dentro das regras morais que prescreviam, a obediência tinha forma de troca, isto é, era como houvesse entre o povo e Deus uma convenção de obediência, onde o povo se submetia a vontade de Deus e Deus abençoava o povo. No Novo Testamento a troca é substituída pelo desejo do conhecimento de Deus que só se dá através da fé, esse conhecimento sanaria o anseio pela salvação. No Antigo Testamento há uma submersão temerosa, enquanto no Novo Testamento há uma possibilidade de conhecer Deus, na figura do Cristo, através da fé. Como, então, se poderia ser um fiel à “moda espinosana”? Como praticar essa tal obediência onde a fé se demonstra? O mandamento de fé instituído por Jesus no Novo Testamento é conhecido como o mandamento do amor: “Este é meu mandamento: amai-vos uns aos outros como eu vos amo.” (João 15:12). Ao tomar a definição de caridade que se pode observar no texto bíblico da Primeira Epístola aos Coríntios 13:1-3, “Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver caridade, sou como o bronze que soa, ou como o címbalo que retine. Mesmo que eu tivesse o dom da profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda ciência; mesmo que tivesse toda fé, a ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade, não sou nada. Ainda que distribuísse todos os meus bens em sustento dos pobres, e ainda que entregasse meu corpo para ser queimado, se não tiver caridade, de nada valeria!” e a fé configurada na obediência como ponto de partida e ao conceber ainda o mandamento de Cristo, que era veículo do conhecimento divino, que é o amor ao próximo, conclui Espinosa: a fé se dá pela boa obra pela obra caridosa, tal como assevera Tiago “Assim também a fé: se não tiver obras, é morta em si mesma.” (2:17). A fé só pode salvar através da obediência, só quem é obediente, e cumpre a caridade, independente da seita da qual faz parte, é fiel verdadeiramente, pois um homem só pode ser considerado ou não fiel pelas obras que pratica e não pela doutrina que professa ou pelos dogmas (não universais) que adere. Assim só o praticante das boas obras é fiel, enquanto quem pratica obras más é infiel, mesmo que vista toda a indumentária do que pratica a fé, tal como aponta Espinosa “Quem possui a caridade possui realmente o espírito de Deus” (2003; p217). Logo é possível conhecer Deus e seus atributos na medida em que se pratica a caridade para com os outros. Esses argumentos não são, de uma forma geral, decisivos, mas esclarecem o que Espinosa quer dizer a respeito do conhecimento de Deus através da observação e obediência de suas leis. Os homens considerados deveras ofensivos não são aqueles que vão contra esta ou aquela doutrina, mas os que perseguem os bons somente por não professarem a mesma doutrina que eles. Amar a justiça e a caridade é, para Espinosa, o ponto conceitual que define o fiel. Desse modo aquele que persegue o fiel, não amando nem a justiça e nem a caridade é o infiel. Ao tratar sobre os dogmas da fé, Espinosa garante que estes não precisam ser verdadeiros ou mesmo piedosos e, ainda se forem, alguém pode, sem grande prejuízo, ignorá-los. Os dogmas da fé têm uma função específica e, por isso, delimitada: eles devem necessariamente levantar o ânimo à obediência, incitando o cumprimento da caridade. Deste modo, fundamentado no amor dispensado ao próximo, o fiel estará em Deus e participará de sua caridade. Segundo Espinosa, um mesmo dogma pode mover dois homens a caminhos diferentes, mas apenas dogmas de uma fé universal chamada por ele de católica, levam de maneira não contingente, à obediência. Assim indiferente ao modo que ajuíze tais dogmas, as pessoas serão julgadas fiéis ou infiéis pelos seus atos. Logo, só pertencem a fé universal , independente de que livro ou boca saiam, os dogmas que levam à obediência a Deus. Vamos agora, no escopo reconstruir o argumento filosófico de Baruch de Espinosa a respeito dos dogmas da fé universal e enumerar, de forma sucinta e geral, os sete dogmas da fé universal dos quais quaisquer outros derivam logicamente. O primeiro dogma se configura na existência de Deus: é preciso que se acredite ou conheça Deus para que daí se possa obedecê-lo e reconhecê-lo como juiz. O segundo dogma diz respeito a recusa de outros deuses, isto é, só existe um Deus. O terceiro dogma afirma que Deus está em todo lugar e tudo sabe, só assim pode julgar com autoridade suprema. O quarto dogma da fé universal assegura que todos devem obediência a Deus, que não a dispensa a ser algum, pois Ele domina tudo o que existe não por alguma norma, mas através de seu poderoso consentimento. O quinto dogma se conforma no mandamento da caridade, onde obedecer a Deus é amar o próximo. O sexto se funde na salvação, e diz que os que obedecem serão salvos enquanto os que não obedecem estão condenados. O sétimo e último dogma proposto por Espinosa determina que todos os homens pecam, e é justamente isso que justifica o credo na misericórdia divina, além de mencionar Cristo como um homem que amou a Deus com furor por causa da misericórdia divina. Estes setes dogmas devem ser cumpridos a fim de obedecer a Deus, independentemente do que cada um pensa sobre Ele. Pouco importa, para a prática da obediência, de acordo com Espinosa, o modo como as pessoas ajuízam o agir de Deus, como sua ação se potencializa ou manifesta. O que importa é a maneira como Deus abençoa o bom homem e amaldiçoa o mau. Cada um pode, bem como se faz com a Escritura, adequar os dogmas da fé universal à sua capacidade de entendê-los e interpretá-los, de modo que todos possam ter ciência e obedecer a Deus pelo seu próprio entendimento, como se pode conferir no “Tratado Teológico Político: “... tal como outrora a fé foi revelada e escrita de acordo com a capacidade de compreensão e as opiniões dos profetas e do povo de então, assim agora cada um deve adaptá-la às suas opiniões, para que deste modo a abrace sem reservas mentais nem hesitações.” (Espinosa, 2003; p.221) Não é, pois, pelos argumentos, mas pelas obras justas e caridosas que se demonstra melhor fé e o melhor fiel. Esse princípio de fé pela obediência, e de obediência pela caridade, é a melhor doutrina para uma sociedade e faria acabar com tantos conflitos que ocorrem por causa das perseguições religiosas. O modo pelo qual se apresenta a distinção entre a fé a filosofia se conforma na própria distinção dos objetos de cada uma. A fé, segundo Espinosa, que se deduz da história e principalmente das Sagradas Escrituras, se configura no objeto da obediência, no cumprimento dos mandamentos de acordo com a observação dos dogmas da fé universal; a filosofia é deduzida da natureza e se configura no objeto da verdade. A fé permite que cada um pense e aja filosoficamente a respeito de qualquer coisa sem por isso estar errado em seus pensamentos, condenando com força igual aqueles que promovem a discórdia entre os povos por causa de suas convicções. A distinção entre fé e filosofia é que a fé se ocupa da obediência enquanto a filosofia da verdade. Tal distinção entre o fiel e o filósofo fica também esclarecida se o fiel é o praticante da fé, que se fundamenta na obediência ao mandamento de Deus. Tal obediência se manifesta no amor ao próximo; o filósofo é um investigador que, por isso, se difere do vulgo, visto que parte das coisas da natureza em direção à verdade deduzida e não revelada.


CONSIDERAÇÕES FINAIS


Se perguntarmos a um cristão leigo o que é a fé, ele certamente responderá que é a capacidade ou mesmo a atitude de crer em algo não explicável através da razão. Outra explicação também comum pode ser dada: ele vai apenas dizer que é crer naquilo que não se pode ver. Ao procurara ainda de forma mais atenta, poderemos encontrar alguém que defenda de forma mais fervorosa a mesma definição, contudo o que se pode perceber é que estas são os conceitos mais correntes e, portanto mais populares. Entretanto Espinosa vem salientar que a fé não se dá pela palavra, mas pela ação, como ele mesmo pode interpretar das Escrituras. Poder-se-ia pensar que porque Espinosa disse que filosofia e fé são coisas distintas e não se relacionam que o filósofo não pode pensar sobre a fé ou o fiel sobre a filosofia. Ele mesmo mostra que isso é possível quando o próprio, judeu, se detém na análise filosófica dos textos sagrados e ao afirmar que só pela racionalidade e através da luz natural é possível ao homem conhecer Deus verdadeiramente, isto é pela prática de sua justiça, pela caridade e pela sua manifestação. A posição de Espinosa a respeito da fé, da sua fundamentação e prática, não poderia ser defendida por nenhuma religião notoriamente popular. As religiões não abrem mão de que o fiel professe sua doutrina, enquanto Espinosa sugere que seja qual for a denominação religiosa de cada um o mesmo deve praticar boas obras. Com certeza não deve ter agradado às instituições religiosas. Daí, podemos perceber porque Espinosa foi amaldiçoado e expulso da comunidade judaica e por que a leitura de seus textos não é recomendada em alguns seminários cristãos. O que, sem dúvida, marca a teoria de Baruch de Espinosa é que ele, pertencente a uma corrente religiosa tradicional, pelo menos até ser retirado dela, abomina qualquer espécie de fanatismo e perseguição. Espinosa defende que cada homem deve ser conhecido e julgado por suas obras e não pela doutrina que adere e publicamente professa. Daí pode-se concluir, seguramente, que se o tempo gasto com a tentativa de conversão para tal e tal denominação religiosa fosse usado por quem procede desta forma na caridade e, portanto, no amor ao próximo, algumas coisas que incomodam tantos os fiéis quanto os infiéis deixariam de existir.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


BÍBLIA. Bíblia Sagrada. São Paulo. Editora Ave Maria, 134ª ed., 2000. ESPINOSA, Baruch de. Tratado Teológico Político. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

Frases de Ateus Famosos


George Carlin
O cristianismo nos afirma que há um homem invisível, que vive no céu e vigia tudo o que fazemos, o tempo todo. O homem invisível tem uma lista de 10 coisas que ele não quer que a gente faça. Se você fizer qualquer uma dessas coisas, o homem invisível tem um lugar especial, cheio de fogo, fumaça, sofrimento, tortura e angústia onde ele vai lhe mandar viver, queimando, sofrendo, sufocando, gritando e chorando para todo o sempre. Mas ele ama você!

Eu tenho tanta autoridade quanto o Papa. Eu só não tenho tantas pessoas que acreditam nisso.

Eu sou completamente a favor da separação da Igreja e do Estado. Minha idéia é que essas duas instituições nos fodem o suficiente por si próprias, então ambas juntas é a morte certa.

Eu nunca seria membro de um grupo cujo símbolo fosse um homem pregado em duas peças de madeira.

Robert Green Ingersoll
A religião nunca será capaz de reformar a humanidade porque religião é uma escravidão.

A Religião persegue, tortura e queima quem discorda dela. A Ciência e a Filosofia nunca mataram ninguém, apenas buscam descobrir as leis da natureza.

Deus disse aos judeus que matassem todos os hereges, todos os que adorassem outro deus. Então ele enviou seu filho ao mundo para pregar uma nova religião. Se os judeus o mataram, eles não fizeram mais do que cumprir seu mandamento e Deus não pode se queixar.

Por que somos tão presunçosos a ponto de achar que um ser infinito precisa do nosso louvor?

Por que eu devo permitir que o mesmo Deus que abandonou seu filho me diga como cuidar do meu?

Conforme as pessoas vão ficando mais inteligentes, elas se importam menos com pastores e mais com professores.

Isaac Asimov
Lida propriamente, a Bíblia é a força mais potente para o ateísmo jamais concebida.

Carl Sagan

Não é possível convencer um crente de coisa alguma, pois suas crenças não se baseiam em evidências… Baseiam-se numa profunda necessidade de acreditar.

Friedrich Nietzsche
“Fé” significa não querer saber o que é a verdade.

Uma visita ao hospício mostra que a fé não prova nada.

Albert Einstein
A palavra Deus, para mim, é nada mais que a expressão e produto da fraqueza humana; a Bíblia, uma coleção de lendas honradas, mas ainda assim primitivas, que são bastante infantis.

Katharine Hepburn
Eu sou atéia, e é tudo. Eu creio que não há nada que sabemos, exceto que devemos ser gentis uns com os outros e fazer o que pudermos pelas pessoas.

Não, eu não acredito em Deus e, depois de viver, pretendo ter um longo e feliz descanso debaixo da terra.

Charles Chaplin
Por simples bom senso, não acredito em Deus. Em nenhum.

Benjamin Franklin
O jeito de ver pela fé é fechar os olhos da razão.

Derek W. Clayton
Se mais cristãos lessem a Bíblia, haveria menos cristãos.

Steve Knight
Deus é um ser mágico que veio do nada, criou o universo e tortura eternamente aqueles que não acreditam nele, porque os ama.

Ron Barrier
Se Deus existisse, a fé se tornaria desnecessária e todas as religiões entrariam em colapso.

Stephen Henry Roberts
Afirmo que ambos somos ateus. Apenas acredito num deus a menos que você. Quando você entender porque é que rejeita todos os outros deuses possíveis, entenderá porque é que eu rejeito o seu.